quarta-feira, 20 de abril de 2011

Por que o Império Bizantino exerceu tanto facínio?

O Império Bizantino,nascido do lado oriental do extinto Império Romano, conservou a tradição greco-romana por mil anos.O luxo e o esplendor de suas construções e das cerimonias políticas e religiosas causaram forte impressão, conforme mostra este relato.

Os embaixadores árabes chegaram ao palácio imperial na hora marcada.Estavam vestidos com ricos mantos especialmente encomendados para eles pelo imperador bizantino. Era preciso estar convenientemente vestido para aparecer diante de sua sagrada pessoa.Por isso, aguardavam ansiosos aquele encontro, imaginando os requintes e o luxo que conheciam.Mas não poderiam imaginar o que lhes aguardava: uma atmosfera de encantamento que mais parecia sonho do que realidade.
Passaram por um labirinto de corredores de mármore, de salas decoradas com mosaicos e brocados de ouro. A sala de audiências era iluminada por reluzentes candelabros de ouro suspensos por correntes de cobre prateado. Dezenas de velas acesas davam uma mágica luminosidade ao ambiente, e as sombras de suas chamas tremulas pareciam fantasmas dançando nas paredes do palácio.
O chão estava coberto por hera e folhas de louro, de alecrim e de rosas. À medida que os embaixadores caminhavam, esmagavam as plantas com seus pés, exalando delas um doce perfume.
Por todo lado, viam-se valiosos tapetes persas. Ao lado do trono, estavam perfilados os guardas imperiais vestidos de branco e portando certos. Seguravam escudos de bronze onde se via gravada a famosa cruz,símbolo do nome de Cristo em grego. Grupos de nobres e bispos ricamente trajados se espalhavam pelo salão. Em uma galeria mais alta, um coro entoava aclamações ao imperador e a Deus. Anunciaram os visitantes em voz melodiosa.
O imperador estava sentado em um magnífico trono vestido com um manto púrpura cravejado de pedras preciosas. Um grande broche de ouro contornando com pérolas prendia o ombro direito da veste que lhe cobria até a testa e caía em franjas de pedras sobre a face.
Ladeando o trono, estavam dois leões de bronze dourado. Um pouco à frente, erguia-se uma árvore também de bronze cujos ramos estavam decorados com pássaros dourados.No momento que os embaixadores se ajoelharam aos pés do imperador, os pássaros começaram a cantar e os leões a rugir e a sacudir os rabos. Pareciam vivos! Algum mecanismo desconhecido operava esta maravilha que emudecia de espanto a todos os presentes.O coro elevava sua voz como uma legião de anjos misturando sua música ao som dos animais mecanizados.
Depois que fazerem as três prosternações necessárias,os visitantes ergueram os olhos e... surpresa: o trono e o imperador sumiram! Olharam ao redor assustados e ergueram os olhos para o alto: lá estava o imperador pairando perto do teto vestindo outros mantos ainda mais suntosos. Era uma visão ao mesmo tempo mágica e intimidadora. O imperador parecia ter ascendido aos céus e ficado mais imponente,mais majestoso e mais divino. Os que estavam abaixo dele sentiam-se pequenos,insignificantes e fracos. E foi nessa posição que os embaixadores árabes tiveram que continuar a audiência.

Fonte de pesquisa: relato de Liutpant de Cremona, feito no século X sobre a recepção que lhe deu o imperador bizantino Constantino VII, e no relato d negociantes árabes.Texto retirado do livro História em documento 7° ano.

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