quinta-feira, 28 de abril de 2011

Um estado teocrático de mil anos

Enquanto o Império Romano do Ocidente foi destruído e se fragmentou em numerosos reinos e domínios, a parte oriental manteve-se centralizada em Constantinopla, sua capital, dando origem ao Império Bizantino.
O imperador bizantino era nomeado por aclamação do povo, do senado e do exército. O poder imperial não era hereditário, mas o imperador costumava indicar seu sucessor. O imperador era considerado representante de Deus na Terra e, por isso, sua figura era sagrada. Usava uma coroa preciosa que lhe cobria toda a cabeça,vestia-se com túnicas de seda bordadas com ouro e pedras preciosas e vivia em palácios suntuosos, onde ocorriam cerimonias grandiosas, durante as quais todos deveriam se ajoelhar diante dele. Nos retratos era representado com uma auréola, como santo. Sua autoridade era absoluta: tinha todos os poderes e dele dependiam todas as decisões políticas, militares, econômicas e religiosas. O Estado Bizantino era, portanto, autocrático e teocrático.
No século VI, o imperador Justiniano (527 - 565) pretendeu reconstituir a unidade e a grandeza do Império Romano. Enviou seus exércitos para lutar contra os bárbaros germânicos e reconquistar os territórios sobre o domínio deles na África, Itália e Espanha. Sob seu governo, o Império Bizântino atingiu sua maior extensão. A navegação mediterrânea foi restabelecida e abriram-se novas rotas comerciais. Atrvés do Mar Vermelho, embarcações bizantinas chegavam ao Ceilão (atual Sri Lanka, a sudeste da Índia), um centro distribuidor de produtos indianos e chineses. Justiniano também mandou erguer muralhas e fortificações em todas as fronteiras e construir estradas, pontes, edifícios públicos e igrejas. Uma de suas mais importantes realizações foi a criação do Corpus Juris Civiles ou Código de Justiniano - a complicação do Direito Romano, que serviria de base para os códigos atuais.
As conquistas de Justiniano não foram preservadas. Novos invasores se apoderaram de grande parte delas: os lombardos ocuparam a Itália; os visigodos, a Espanha; os eslavos, os ávaros e os búlgaros, os Bálcãs; os árabes, a Síria, a Palestina, o Egito e a África do Norte. No século IX só restavam a Grécia, a Macedônia e a parte da Ásia Menor. Porém, entre os séculos IX e XI, o Império Bizantino reviveu uma época de esplendor. Constantinopla tornou-se um ativo e rico centro comercial e cultural atraindo a cobiça de italianos, árabes e turcos.

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